Ele no quintal de casa com a irmã. |
Qual mãe de um filho autista "leve" nunca escutou isso né? Pois bem, antes mesmo de saber desse diagnóstico do meu filho, por conta da HDC e as sequelas que ele ainda internado na uti neo, o Hospital de Clinicas nos deram todo o suporte para garantir um melhor desenvolvimento para meu filho (o HC, na época dava esse suporte a todas as crianças nascidas e prematuras do hospital, e os que vinham de fora também.. hoje já não sei como funciona), desde então ele tinha consultas com FONO, PNEUMO, FISIOTERAPIAS, TERAPIAS, GASTRO, ALERGISTA..., então mesmo sem saber do diagnóstico, já trabalhávamos a socialização, desenvolvimento e interação dele no meio social. Mesmo ele não gostando muito, ele que meio "se acostumou a essa rotina". Então, o fato do TEA está desapercebido pelo fato dele ser verbal, e por algumas vezes ter contato visual, realmente confunde algumas pessoas e até mesmo médicos. Muitas coisas também fiz em casa, li alguns artigos, vídeos, trabalhei a parte cognitiva, comportamental, e social. Se ajudou? AJUDOU MUITO SIM! Entretanto, há épocas que parece que tudo volta, que damos passos para trás, e nesses momentos, são a épocas das crises, das birras... e infelizmente é a hora que muitos dizem: ISSO É FALTA DE LIMITE, FALTA DE UMA CHINELADA, FALTA DE UM CASTIGO... mas não é. As vezes acontece um retrocesso, e não adianta nada essas coisas. Então começamos novamente do zero.
Algumas coisas ainda estamos trabalhando para que ele tenha uma autonomia melhor... aos 8 anos ainda não consegue fazer: tomar banho, se limpar (quando faz cocô), a seletividade na alimentação (a parte pior, mas conseguimos mudar pouca coisa e conseguimos que ele provasse outros alimentos), vestir uma roupa (ele até consegue, mas se a roupa enroscar, ou ele não conseguir, ele se irrita, chora e começa as crises... choro desesperado, gritos...), escrever (ainda tem dificuldades na parte motora).
Outra coisa que sempre me perguntam, é se ele recebe o BPC, então, tentamos sim, e foi negado por 3 vezes, simplesmente pelo fato do TEA dele ser leve, e quando fomos na perícia, tive que dar o medicamento e deixar ele com o celular, pois assim ele se distraia, e não entrava em crise. Foi um erro? não sei dizer, mas é complicado sair com um filho que ao ver pessoas diferentes entra em crise, começa a se debater, gritar... e muitas mães submetem seus filhos a isso, porque esses peritos do INSS só liberam o benefício se ver a criança em crise, entretanto, eu sei que, se meu filho entrar nesse colapso, tudo que lutei de progresso para ele seria perdido, e as crises em casa e as saídas nas ruas seriam quase que impossível. Então o benefício foi negado por isso.
Primeira vez que ele foi no cinema, certifiquei que a sessão teria poucas pessoas, e por sorte foi apenas eu e ele e mais uma família que sentou nas últimas cadeiras. ele queria assistir dragões 3 |
É complicado, porque uma criança com TEA necessita muito de terapias, acompanhamentos médicos e atividades extras (natação, futebol, judô, aula de musica.. qualquer um desses), e o benefício ajudaria muito nesse caso e obvio, na alimentação e despesas da casa, pois a situação aqui também não é das melhores.
Mas enfim, Confio muito em Deus, e tenho recebido muito apoio de alguns amigos e parentes, agradeço imensamente por isso.
Ainda temos algumas sequelas a qual meu filho teve após a HDC que também ainda nos cerca e será o motivo de outra cirurgia em dezembro(esperamos que dê certo nossa programação, e não haja nenhuma emergência).
mas isso vai para um outro post, e claro... como é a interação dele na escola.